Como chegar mais longe na vida

A claridade do Sol do meio dia cegava meus olhos enquanto eu sentia uma fraqueza nos joelhos e começava a cair de encontro a calçada. As mãos firmes da minha mãe me pegaram no ar e me sustentaram antes de bater contra o chão.

Era 16 de novembro de 1989 e eu tinha 11 anos. As únicas coisas que eu sentia naquele momento era uma dor estonteante na barriga e a firmeza da mão dela, enquanto andávamos pela Av. do Estado para visitar um médico homeopata.

Estávamos há 7 dias procurando a causa daquela dor na minha barriga. Visitamos 3 outros médicos e feito 5 baterias de exames. Ninguém achava o motivo. Os médicos diziam que eu não tinha nada. Mas doía tanto que eu não conseguia levantar da cama.

Então minha tia falou da homeopatia e lá estávamos de frente para o médico. Ele era um homem alto com mais de 1,90, cabelos brancos e olhos azuis profundos.

Ele me olhou com de cima a baixo e perguntou:

“Você faz muito xixi?”

Depois de interromper uma risada nervosa, eu respondi: “Acho que normal. Tirando um dia quando eu tinha 5 anos de idade, em que fiz xixi 31 vezes no mesmo dia”.

“Huuum”. Ele parecia ter entendido tudo enquanto se levantava e se movia pela sala até a prateleira atrás de mim. Pegou uma cartilha e enquanto voltava, perguntou:

“E o que ia acontecer perto deste dia em que você fez 31 xixis?”

“Estava perto de ir para a Disney com a família”.

Aí ele concluiu como se já soubesse que eu ia dizer algo assim.

“Exatamente. Você estava ansioso com a viagem e fez muito xixi. Agora deve estar ansioso com alguma coisa e desenvolveu a dor de barriga.”

E o fato é que eu estava ansioso mesmo. Era fim de ano. Provas chegando.

Ele me entregou uma cartilha, me receitou uma homeopatia para tomar e instaurou uma dieta de torradas com chá. Comi só isso por uma semana, junto com as gotinhas e a dor passou para nunca mais voltar.

Quatro semanas depois, achei a cartilha e abri para ler. Para minha surpresa não era sobre ansiedade ou dor de barriga.

A cartilha

Quando fui lendo as páginas da cartilha, percebi que estava de fato gostando! A cada página eu me sentia melhor. Ela falava sobre autoconhecimento e cada frase parecia que iluminava minhas ideias e fazia eu me sentir melhor.

Nunca mais parei de me aprofundar no assunto. Virou o direcionamento da minha vida.

Comecei na época a fazer psicoterapia, caçava livro para ler no assunto e participei de dezenas de workshop de autoconhecimento.

Depois, me formei psicólogo em 2002, fui iniciado xamã em 2012 e em 2016 comecei o estudar as escrituras antigas da Índia, que mantenho até hoje.

Olhando de fora, minha vida é como de outra pessoa qualquer. Pago boleto, crio meus filhos e desenvolvo o meu trabalho. Mas por dentro, desde 1989, sou fissurado por autoconhecimento.

Sabe por quê?

Primeiro porque quanto mais autoconhecimento você tem, maior você fica em relação aos problemas, aos sofrimentos e a ansiedades da vida. Sua vida fica melhor como um todo porque você melhora.

Em segundo, pensa comigo: Repare que a vida é como se fosse um jogo de frescobol. Você faz algo, a realidade devolve. Aí você devolve com outra ação e ela responde de volta. Isso se repete desde o dia que nascemos até o fim da vida. É a famosa “causa e efeito” atuando.

Para chegar mais longe na vida, queremos melhorar nossas respostas, para fazer a realidade melhorar as dela. Ou seja, queremos nos desenvolver no “jogo da vida” para fazer a realidade nos apresentar a vida que queremos.

Por exemplo quando alguém melhora de vida, é porque se melhorou e pode conseguir uma resposta melhor em seus esforços.

Então para chegar mais longe, o ponto é saber como melhorar suas respostas para a vida melhorar.

E como melhoramos as nossas respostas?

Praticando o que todo o desenvolvimento pessoal tem em comum, que é autoconhecimento.

Se você se conhece, consegue dar respostas melhores. Fato. Porque aperta melhor os seus próprios botões.

O autoconhecimento melhora a parte que você consegue controlar da vida.

Quanto mais autoconhecimento, mais longe você vai, porque responde melhor a realidade, alinhado com o que você quer.

O autoconhecimento me proporcionou ganhar a vida que eu queria e a aplacar a ansiedade, os sofrimentos e traumas pelo caminho.

Autoconhecimento é a chave para a vida que você almeja.

Ricardo Maluf

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